Depois da neve passar ficou tudo como dantes, o verde dos campos e os tons destas pedras que se espalham até as perdermos de vista.
Tivemos algumas visitas muito simpáticas vindas do sul. A tranquilidade, o espaço, e o tempo que aqui parou, fazem-nos vontade de aqui voltar um dia, outra vez.
Não se importem se o caminho para cá chegar é longo e não foi feito com o último grito do bom asfalto, ainda bem que assim não é. Além de nos recordar as estradinhas antigas, sinuosas, às vezes um pouco estreitas a paisagem continua quase, quase intacta lembrando-nos o tempo em que só o médico cá vinha acima uma vez por mês.
Está nos nossos planos, começar aqui em Val de Poldros, no nosso restaurante, uma pequena biblioteca com livros e fotografias das memórias destas "brandas". Memórias das pessoas e do lugar. Registos fotográficos, recortes de noticias, livros.
Numa alusão a esta ideia, tivemos quase instantâneamente o envio de informação interessantissima de um amante incondicional do Minho que teve a enorme amabilidade de a partilhar. OBRIGADA!
Um livro também editado este ano com o testemunho do Sr Engº António Salcedo intitulado "Percursos de Vida"
http://percursosdevida. wordpress.com/
http://percursosdevida.
A divulgação/compra deste tipo de iniciativas, publicações por conta e risco do autor, são de louvar e nós aqui em Val de Poldros iremos encomendar e recomendar. Testemunhos vivos importantissimos para que o passado não caia no esquecimento e assim não se perca a nossa identidade.
Outra referência muito interessante é a existência de uma raça pouco falada e única, a do Cão de Gado. Uma obra já editada http://www.editorial-bizancio.pt/coleccoes.php?col=18&id=468 e um site específico sobre esta raça www.caodegadotransmontano.org. pt/.
Pois é, em breve, muito em breve iremos ter nas nossas, ainda timidas prateleiras do nosso restaurante, as primeiras obras de muitas e muitas que irão vir.
É importante ter as pessoas, a folheá-las e interessarem-se para que não morra o espirito da serra e tantos séculos de trabalho das gentes daqui. Deveremos estar atentos também, e evitar que essas memórias caiam nas mãos erradas do folclore turistico e se recorde o passado em cima de um palco.
Aqui ainda vivem e mexem muitas práticas do passado. Acreditamos também que um dia no futuro elas serão valorizadas e respeitadas como já o foram e gerações mais jovens e informadas farão parte delas, para isso não poderemos deixar cair no esquecimento os testemunhos que ainda restam.
Venha vê-las, tocar nelas, saborea-las connosco. Meta-se ao caminho e viaje pelo passado.